quarta-feira, 19 de março de 2008

Rua do quartel

Passo ao lado e até finjo nem ver, a triste figura dos que julgam poder reclamar para si o estatuto de galos únicos na capoeira. Os que desertam de batalhas que nem chegam a começar, pois não se justificam, e regressam depois de convictos da cessação das hostilidades, fardados a rigor como paladinos do amor mais estéril, galarós.

Palermas que se sentem tão sós na sua visão reducionista das pessoas que entendem como troféus e ainda por cima os estimulam na sua demanda inglória por um lugar em qualquer história que seja digna de contar depois.

Passo ao lado e sigo o meu caminho programado, com pequenos acertos na rota. Os necessários para me afastar de quem me inspira misericórdia, afogados numa mixórdia de complexos de inferioridade com sede de projecção.

Conheço-os de ginjeira, vizinhos, cada um com os seus caminhos tortuosos a percorrer.

Faço de conta que nem estou a ver, viro as costas pelo doce prazer de assistir ao seu regresso ao centro da praça, em busca do seu sol privado, guardado esse bocado para os que na realidade vivem das sobras que lhes dão mas alardeiam na ficção os seus patéticos galões de hipotéticos conquistadores.

6 comentários:

Artemisa disse...

Andam demasiadas más energias a cirular por aqui...

Vê se animas!

Beijo

CatDog disse...

Tens toda a razão.
Mas olha que tanto na blogosfera como fora dela não me faltam cenas para alimentar essas más energias...
Prometo que durante uns tempos só posto se tiver algo de simpático para dizer.
:-)

Beijo tb.

Artemisa disse...

Não sejas assim....mau feitio :p

E a alguém faltará alimento para más vibrações? Não me parece.

Não quero que postes só quando tiveres algo de bom para dizer, só não quero que as contrariedades deixem aqui um amargo de boca.

Festas no lombo:)

Anónimo disse...

No lombo é fixe...
:-)

Artemisa disse...

Sabem tão bem...

;-)

CatDog disse...

Deveras...