terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Rua do apeadeiro

Reparo no teu olhar desorientado, silhueta perdida no burburinho à saída da estação no meio da multidão que ali se apeou.
Percebo-te indecisa, confusa, percebo-te musa para as palavras passageiras que desembarcam de mim neste simulacro de papel.
Penso-te agora, deslumbrante, penso-te agora muito distante mas desmente-me a lógica do que vi.

Afinal fui eu que parti, resguardado da chuva no interior da carruagem de um comboio que descobriste, apenas quando me viste, ser mais um ponto perdido no horizonte das tuas decisões adiadas.

Um ponto de partida para as tuas ocasiões desperdiçadas.

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