segunda-feira, 28 de abril de 2008

Vinte e nove, terceiro bê

Lembro a luz espalhada pelo teu corpo, fragmentada em salpicos de cor pela passagem da luz do sol no tecido colorido que nos protegia das indiscrições.
Lembro as nossas ilusões de um amor feliz e sem final, transpirados sob o lençol, clandestinos naquele quarto em vez da sala de aulas onde deveríamos estar a essa hora.
Lembro ainda que me lembrei pela vida fora da tua inesperada partida para um ponto não muito distante mas que para nós se revelou longe demais.

O silêncio que aos poucos se instalou onde antes fervilhavam os sons, apenas o matraquear de um teclado monocórdico nos tons, até ao dia em que mesmo as palavras escritas foram deixando de surgir no monitor, acabaria por emudecer aquele amor tagarela (tão intenso que parecia na sua dimensão carnal).

Era disso que se tratava afinal. E só me lembrei desse pormenor porque reparei que não mudaram as cortinas na janela por onde me fazias o sinal a sorrir e assim me davas luz verde para subir.

O resto já esqueci...

4 comentários:

M disse...

Pah, é uma pena, é uma pena...
Tu também não és nada resiliente! :p
Atreve-te!
***

Artemisa disse...

Miss you.

CatDog disse...

Vejo que já percebeste a melhor forma de me picar... :-)
Sim, os desafios mexem comigo.
E sim, já conheci melhores dias em matéria de persistência.
E confesso que fiquei com a ideia de que estou para aqui a falar sozinho...
Aparentemente não será bem assim.
Obrigado por me achares merecedor da tentativa, Medusass.

CatDog disse...

E tu, Artemisa, tens o condão de me abanar pelas estruturas com uma ou duas palavritas. :-)
Miss you too, believe it or not.