segunda-feira, 28 de abril de 2008

Vinte e nove, terceiro bê

Lembro a luz espalhada pelo teu corpo, fragmentada em salpicos de cor pela passagem da luz do sol no tecido colorido que nos protegia das indiscrições.
Lembro as nossas ilusões de um amor feliz e sem final, transpirados sob o lençol, clandestinos naquele quarto em vez da sala de aulas onde deveríamos estar a essa hora.
Lembro ainda que me lembrei pela vida fora da tua inesperada partida para um ponto não muito distante mas que para nós se revelou longe demais.

O silêncio que aos poucos se instalou onde antes fervilhavam os sons, apenas o matraquear de um teclado monocórdico nos tons, até ao dia em que mesmo as palavras escritas foram deixando de surgir no monitor, acabaria por emudecer aquele amor tagarela (tão intenso que parecia na sua dimensão carnal).

Era disso que se tratava afinal. E só me lembrei desse pormenor porque reparei que não mudaram as cortinas na janela por onde me fazias o sinal a sorrir e assim me davas luz verde para subir.

O resto já esqueci...

quinta-feira, 24 de abril de 2008

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Rua primeira

Deambulo com a minha língua pelo teu corpo em busca de quê?

segunda-feira, 21 de abril de 2008

IP1

O conta-quilómetros deixou de funcionar, colado num ponto para lá da sua marca final, mas o pé no acelerador desmentiu o que o bom senso insistiu em afirmar.
A estrada que parecia nunca acabar e eu dizia para com os meus botões que aquilo não era uma questão de os ter no sítio mas apenas (mais) uma simples estupidez. Sem sentido definido, por uma vez, ao caminho, perdido, em busca do que restava de mim.
Um volante assim na minha cabeça acelerada era mesmo o que faltava na minha condução desastrada pelos becos que a vida me ofereceu. Um amor que morreu, ressuscitado. E mais outro que surgiu de qualquer lado e me abalroou a carroçaria com a força de um camião.

O acelerar do meu coração, frame by frame, sem travagem possível.

A certeza da imortalidade garantida no calor do abraço do amor, combustível, no regaço dos anjos, nas asas da paixão.

Nesta imensa auto-estrada onde não consigo pressionar o travão.

sábado, 19 de abril de 2008

Lado Cão


Take Me Higher

Vejo toda a cidade porque a sobrevoo a bordo de um balão imaginário, cheio com a respiração produzida por nós dois sempre que fizemos amor.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Por aí...

Foto: CatDog

terça-feira, 1 de abril de 2008

A tua rua

Sentado neste banco à beira-rio, imagino-te ao desafio na outra margem e apetece-me a viagem até esse lugar. Apetece-me desafiar também a vertigem que se impõe de cada vez que me elevo às alturas onde o teu rosto se desenha ao meu olhar.

Nas nuvens que vejo passar, sentado neste banco, num barco em pensamento, enroscado como um gato, tatuado em ti.